outubro 10, 2008

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we can be heroes... just for one day

Eu fico possessa quando vejo alguém reclamando da vida. Não, não é porque me acho mais que outros, ou porque sou a última bolacha do pacote. Nada disso. Quem convive comigo e me conhece sabe bem que não sou assim... Mas eu preciso desabafar essa minha opinião da melhor forma que eu tenho: aqui, pra vocês.
Ok, eu reconheço que sou uma pessoa lutadora, que vou lá e faço mesmo, me admiro e sei que tem gente que me admira também, mas eu quero deixar exposto aqui que eu conheço histórias MUITO maiores que essa, e que não me desmerecem, claro, mas me fazem crer que reclamar da vida é uma merda, mesmo que embora eu mesma faça isso algumas vezes inconscientemente.
O Dudu, um guri que eu conheci ali no estacionamento do Bourbon da Ipiranga há uns 3 ou 4 anos atrás é um desses caras. Um cara que tem todo o suporte familiar (e sei que isso é o que move o mundo dele, assim como move o meu, embora meu suporte familiar seja meio capenga por causa do meu pai) e tem toda a estrutura cultural completa: gremista (\o/), estudante de jornalismo, radialista, cronista, e agora lança o seu segundo livro, "Ao Encontro da Vida: Crônicas de um Guerreiro apaixonado" na próxima quarta-feira. O detalhe (e eu chamaria assim mesmo... detalhe) é que ele tem paralisia cerebral. Além de ser um cara que se dá bem com TODO mundo que conhece pela sua simpatia, o cara foi atrás de toda essa coisarada de ISBN, número disso, daquilo, políticas de editoração, e eu, que preciso desse "vai mesmo, drika" pra começar a ver como é que vou imprimir o meu, acabo me sentindo tão pequenininha... e minha indignação com pessoas que reclamam da vida acaba sendo triplicada.
E não é só o Dudu. É o Dudu, a Aline, o Seu Lima, o Dr. Mulazanni, o Lucas, o Peterson, a Marlise e mais no mínimo umas 15 histórias de superação que eu conheço pelo nome, fora as outras incontáveis que eu conheço por ter feito parte, pelo menos por 5 minutos.
Nessa terça-feira passada, eu e mais dois colegas daqui fomos no Hospital de Clínicas, visitar uma ONG que realiza pequenos desejos de pequenos portadores de câncer. Eu, com toda a minha bagagem de voluntariado, fiquei extremamente tocada ao ver aquelas crianças, cada uma em seu leito, com sua mãe do lado, umas já com pouco cabelo, outras nenhum, algumas ainda no início do tratamento, outras infelizmente no fim... ou do tratamento, ou da vida... e por pior que nos possa parecer, a visita parecia fazê-las brilhar os olhos, e nos agradecer o POUQUÍSSIMO tempo que perdíamos (perdíamos?!?) ali, nas nossas enoooooormes vidas corridas. Enquanto aqui eu escrevo, e tu aí lê, muitas delas estão na sala de quimioterapia, ou no quarto se recuperando, e nesse horário, das 10:34, as que estão melhor podem brincar na área de recreação do HCPA. Mas todas elas estão lá desde ontem, anteontem, semanas ou meses atrás. Algumas nunca saíram de lá. Algumas nunca sairão.
O anjo da ONG, que se chama Fátima, vai todos os dias lá, e pergunta a cada um: "Qual o teu maior desejo?" e como resposta geralmente recebe... "Uma peruca", ou "Uma boneca que fala" ou "Um videogame!"... e dali ela sai, munida de toda a esperança que resta, a dar um jeito de realizar cada sonho... e que tem que ser realizado o mais rápido possível, infelizmente. As estatísticas (que a pedido dela não posso revelar) são assustadoras e me fazem gelar a espinha. Aqui tu consegues ver a lista completa.
Eu peço, sim peço mesmo, porque sei que tu aí que tá lendo PODE fazer alguma coisa, talvez nunca fez por não saber como, mas EU SEI! Me deixa te ajudar a ajudar.
A Fátima deixa todos os dias atualizados na comunidade da ONG Pequeno Desejo no Orkut um ou outro presente que as crianças pedem. Quando são eletrônicos do tipo Videogame, ela aceita usados, mas a graça pras crianças é abrir o pacote, fazer barulho, ter uma novidade num dia normal, a curiosidade aguçada e a felicidade de ter seu desejo atendido, por mais bobo que seja. Conseguir sair um pouco do ambiente frio dos quartos (que eu presenciei) e entrar num abraço de uma boneca, ou numa estrada linda e florida com um super carro novinho de fricção.
O Dia das Crianças pra quem não tem filho não faz o menor sentido.
Quem sabe nós, leitores do Blog (Carla, entra nessa??? Panato?! Ene?!) e da rede de contatos de gente LEGAL que nós temos não fazemos alguma coisa por eles nessa semana que vem?
Fica o convite, pra essa força-tarefa de comoção, e pro lançamento do livro do Dudu: dia 15/10, próxima quarta feira, no Campus do IPA, livraria Book Garden, a partir das 18:30 horas. O exemplar vai custar R$ 17,00.

Um ENORME abraço.
Bom final de semana =)

Obs: Escrevo esse post emocionada, comovida, por ler a lista de pedidos dessas crianças. "Dinossauros de borracha..." meu Deus... dinossauros de borracha... ='}

3 Thoughts:

Blogger Unknown declare...

Eu to dentro. A gente organizaria uma "caravana" e, dessa vez, podíamos angariar muito mais pessoas nessa causa. De repente, podiamos fazer ateh um esquema de doação mensal pra essas crianças (não sei se alguém daqui jah faz isso).

Prabéns pelo post, e pelo título do post, pois, além de ter tudo a ver com o texto, ainda eh uma ótima música, heheheehe =)

=**

7:15 AM  
Blogger Carla Beatriz declare...

Drika,

Achei interessante a proposta, mas achei alguns "pequenos desejos" um pouco difíceis de atender: computador, PlayStation, videogame, pista do hotwheels, etc.

A propósito, tem um presente para ti lá no Vai, Carla! Ser Gauche na Vida!

Vai lá conferir!

Beijos

12:00 PM  
Blogger Mari Thomé declare...

Se eu tivesse muito dinheiro, queria atender a todos, atender as ongs que cuidam de animais abandonados. Queria muito ajudar todo mundo. Mas uma parte pequena já é suficiente pra um oceano de gentilezas gerando gentilezas!

Drika, minha irmã é sócia de uma editora nova: a Não Editora.
Procura ela que ela é uma acessora de imprensa de primeiríssima, como já foi da CCMQ!!

O blog dela é o 50kg

E força por aí. A corrente positiva tem que aumentar ainda mais :)

5:47 PM  

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