janeiro 24, 2006

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Abyssus abyssum invocat




Palindromus in latim: IN GIRUM IMUS NOCTE ET CONSUMIMUR IGNI (giramos a noite e somos consumidos pelo fogo)

PUTA QUE PARIU.
Tô caindo de sono!!! E hoje é recém terça-feira =(
E são só 10:12 da manhã. Putz, não dá pra crer que ainda faltam 4 dias pro fim de semana. Eu tou com sono, porra.Vou engolir umas 5 anfetaminas com café tipo nankin.
Falando em nankin, eu tive aulas de arte no colégio onde tinha que usar. Nunca na minha vida manchei tanta roupa, tanto minhas quanto dos outros, claro. Pintei meu tênis, inventei uma assinatura maluca com três traços tipo um ideograma, e dizia que era minha marca. Aquela marquinha ia das paredes dos banheiros pras classes, até as camisetas branquinhas do Colégio Cruzeiro do Sul, na mochila, nos cadernos, no guarda-pó (que nome estúpido!), onde eu tocava, aparecia minha marquinha. Era pra ser segredo, mas alguém decidiu me delatar e eu acabei sendo descoberta... eu e a minha marquinha de máfia chinesa, a mais foda de todas. Só não tive que limpar as que deixei em banco de ônibus e lotação, porque não descobriram que era eu (sempre pegava o mesmo, o Prado, então ele devia ter umas duzentas marquinhas). Isso me fez ser um pouco mais maluca, porque ganhei um estilete pras aulas de arte, prá variar, pra cortar isopor.
ps: eu penso no barulho do estilete cortando isopor e me arrepio toda! tipo unha no quadro negro, gilette tirando um bife de pele, álcool na espinha espremida, ranger de dentes recém escovados...
Essa parte do estilete eu vou pular, pra não pensarem mau de mim, e eu nunca matei ninguém. Claro, porque faltou oportunidade, eu sempre tive um "quê" de assassina. Tem todo um romantismo na arte de matar. E a morte em si é uma coisa totalmente nostálgica! Depois que morre, o cara vira herói. Vivo, era um merda, mas depois que morre, era o melhor cara do mundo, o mais legal, mais divertido! Aí é que tá. Todo mundo sabe que a gente tem que dar valor quando é vivo, mas ninguém dá. Isso porque estaria tirando a graça da morte! E aí, sobra o que?
Eu vi uma vez num noticiário que uma mulher, que era espancada pelo marido há 8 anos, deu veneno pra ele, e ficou olhando ele morrer, plenamente satisfeita. Eu bato palmas pra ela.
Imagina, ela passou um tempão planejando isso, e a cada surra que ela tomava, imaginava a cara dele se retorcendo no chão. E aí, chega uma hora que o saco estoura, né, meu filho...
Ela disse que se arrumou bem bonita depois de matar ele, se maquiou e arrumou o cabelo, passeou pela cidade e curtiu o ar puro. Depois, foi na polícia e se entregou, de tardezinha, tomando um sorvete.
Daí saiu no jornal que ela tinha matado ele a sangue frio.
Pelo contrário, eu acho que foi sangue quente.
Taí uma bela imagem de assassinato. Não defendo assassinos, só acho que existem razões e razões, fatos e fatos, nada se faz por acaso.
Talvez eu não saiba lidar com a morte. Penso isso porque não me acostumo com perdas. Como o Freddy disse no comment (vide post anterior), a gente se sente estranho e diferente e mesmo assim consegue levar a vida. Mas eu não me acostumo com perdas. Aceito, mas não me peça pra me acostumar a não conseguir correr, não jogar mais futebol, não cair mais de bicicleta (pra ter uma idéia, eu já caí até de bicicleta ergométrica!), não poder correr pra entrar na água e virar cambalhota no raso (que perigo!), andar três quadras sem cansar e ficar com meio metro de língua pra fora... Sinto falta da minha vida de antes. Eu morava sozinha, levava sacolas e mais sacolas de supermercado sozinha, pra cima e pra baixo, tirava o lixo (geralmente sacolas e mais sacolas, afinal, eu costumava esquecer umas 4x por mês de tirar!) e coisas básicas, que agora eu não faço mais. Mas me sinto vitoriosa quando consigo trazer um copo de café pra minha mesa sem ter que pedir ajuda. Estou aprendendo a usar uma muleta só. viva! =T
Bom, chega de bater boca, hoje não é meu dia, estou sendo saudosista com assassinatos e meu terapeuta vai ficar puto comigo (meu terapeuta não me cobra consulta, porque mora dentro do meu armário, o nome dele é Zogar e ele usa jaleco amarelo).

ARGH.

Estou de mau humor +(

[Foto do dia: eu + gelatina vermelha + escuro] [ frase do título: um abismo atrai outro.]

5 Thoughts:

Blogger Drika Bruzza declare...

Nota da Autora:
Eu não estou a ponto de me matar...
Depois que reli o post, vi que ele ficou extremamente deprê e não era esse o objetivo!
So what to do?
Não precisa tentar levantar meu astral, na verdade eu só não consigo controlar os dedos, eles vão escrevendo, escrevendo, escrevendo e eu não consigo segurar!

=)

9:30 AM  
Anonymous Anônimo declare...

Vamos de novo então...Olha para começar nem vou tentar te levantar o astral, até porque a vida é foda mesmo...Tu pelo menos algumas vez na vida pode correr pra entrar na água e virar cambalhota no raso, andar três quadras sem cansar e ficar com meio metro de língua pra for a(não ando nem meia quadra sem tomar um banho de suor), levar sacolas e mais sacolas de supermercado sozinha(isso quem faz é minha esposa, minha masculinidade fica meio arranhada neste ponto…)alguma vez na vida, eu que nasci deficiente não pude experimentar tudo isso e muito mais...Viver em mundo como o nosso, do jeito que a gente é, é mais ou menos como me senti na Disney com 8 anos, por ser muito pequeno(minha deficiência me deixa menos ainda rsss) não podia brincar nos brinquedos mais emocionantes...em resumo é uma merda...No meu caso vou abrir o meu coração, sem querer eu criei um personagem O VIP, me tornei VIP pelas contingências da vida...já que não podia brincar no mesmo recreio do resto do colégio(muitas crianças e iriam me atropelar), tinha um recreio separado só para mim, e podia convidar os colegas que eu quisesse(hahaha), mais tarde...na night, nunca fiquei em fila e sempre tinha uma mesa(é óbvio, não posso ficar muito tempo de pé...mas sempre na brincadeira dizendo que era VIP) e meus amigos também, esquisito, muitas vezes por essas barbadas o nº de amigos crescia. Emfim o que quero mostrar, mesmo as vezes parecendo meio óbvio, é que tudo tem seu lado bom, até essa vida de merda de deficiente. Deixando a modéstia de lado, eu sou um cara legal, amigo, mas tenho quase certeza se não tivesse nascido deficiente, seria baita de um otário, prepotente, que não daria a importância ao ser humano. Nascemos para viver em comunhão uns com os outros. Acho que o maior dos exercícios de viver em harmonia com o próximo é ser deficiente, porque mais cedo ou mais tarde você precisará de ajuda de alguém, e a melhor parte, você sentirá necessidade de ajudar alguém, até porque todos nos ajudam.

Fredy

11:34 AM  
Blogger Drika Bruzza declare...

Freddynho, Freddynho...
Me fez sentir pior, porque sou realmente muito mal agradecida. Embora pareça ser inteligente (ou ao menos tento ser) não me coloquei no lugar dos outros ao escrever.
E o pior é que isso acontece todos os dias! Eu durmo no meu travesseiro fofo, com meu filhote lindo do lado, tenho carona sempre, tenho sempre amigos que me ajudam e um "namorido" sempre (ou quase sempre) à postos.
Não entro em filas também, e consigo entrar nos shows antes de todo mundo e pegar o melhor lugar, entrar nos backstages e inúmeras vezes ganho cerveja de graça.
E que seja por pena! Que seja por falta de cérebro, ou por consciência moral, mas que seja.
Desculpa, meu amigo, por me queixar da vida em dois posts seguidos.
Eu devia comemorar por estar viva, por ter amigos sempre por perto, mas sabe como é... TPM é foda.
Sobre me roubar o blog, eu te agradeço! Sempre quis ter um leitor assíduo que conflite minhas idéias.
Seja mui bem vindo, querido!

=)

como diria o Sky:
"Shame on you, Drika!"

x)

11:46 AM  
Anonymous Anônimo declare...

Se está para palíndromos, leia esse, o melhor de todos:

Sator arepo tenet opera rotas.

Agora escreva as quatro palavras, uma sobre as outras e veja o que acontece. quite impressive, uh?

Significa "o lavrador Arepo mantém as rodas trabalhando", ou uma coisa assim. O significado não importa muito. Mas é um belo palíndromo. :-)

Só agora, às 6h da manhã, minha internet gratuita e discada resolveu funcionar, como invejo a gente da cidade grande. =(

12:06 AM  
Anonymous Anônimo declare...

Ah, e eu quase ia esquecendo: olá!

12:07 AM  

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