setembro 06, 2007

receive a [warning] when I post! 

this pain is just too real... there's just too much that time cannot erase

Depois daquele ataque que eu tive na terça-feira, nessa véspera de feriado as coisas andam mais tranqüilas... tou seguindo o regime legal, conseguindo manter o mínimo de decência e não morder ou bater em ninguém, já percebi algumas mudanças... ando tendo mais fome em horários regulares, que eu supro com uma maçã ou uma barrinha de cereal, ou biscoitinho integral e muita, mas muita água o tempo todo. Agora o meu desafio é que eu vou pra Dom Pedrito hoje, e aí o bicho pega: casa da avó é a perdição de qualquer dieta. Pãozinho da avó, carreteiro da avó, doce da avó, pizza com os primos, pizza em casa... já vi. Mas como eu sou FOD*, vou tirar de letra. Um saco de maçãs em punho, barrinhas na bolsa e boa vontade. É só isso que eu preciso ;)
Fora essa parte light do assunto, entre arrumar malas, juntar isso ou aquilo, fechar a mochila (que é o mais difícil), tou ajeitando meu MP3 Player pra viagem: After Forever, 3 Doors Down, Metallica, Smashing Pumpkins, um pouco de Lagwagon e Korn, Slipknot e Ozzy Osbourne... e assim vou montando minha playlist pra viagem de 5 horas que me espera. Casa da vó, da tia, da dinda... tudo tão familiar, o cheiro da carpintaria, as caturritas da palmeira que tem na Igreja que tem atrás do sobrado, que inclusive foi meu bisavô que mandou construir. O velho sino (essa é uma imagem que nunca saiu da minha cabeça e nunca vai sair: o Sino da Igreja que se consegue encostar, com algum esforço e elasticidade, do terraço).
A rua de terra, a árvore no meio da rua que supria de bolinhas de cinamomo nossas arminhas de cano de PVC e balão, a plantação nos fundos do pátio que meu avô fez, as bergamotas azedinhas que a gente arranca, o limão mais docinho que já provei, o banco de praça que está lá no mesmo lugar desde que a minha avó era pequena, a armação do balanço que há muitos anos já enferrujou... e a saudade rebenqueada do meu avô... que essa sim, aperta meu coração pra cada lugar que eu olho ou toco quando vou pra lá.
Tudo ainda está exatamente do jeito que ele deixou quando se foi. As ferramentas na mesa, cobertas de pó... a impressão de que a qualquer momento a porta da grande cozinha vai se abrir e ele vai estar carregando madeira pra lareira. A cama dele, a gaveta dele com o óculos e os livros espíritas. Tudo lá. As roupas no armário, as botas atrás da porta. Ninguém conseguiu se despedir dele ainda. Pelo que eu sinto nunca nenhum de nós vai conseguir aceitar ou entender, deixar que se vá, porque nós não queremos isso. Nós queremos os vidros com as cobras no formol, nós queremos a piscina coberta de limo, as plantas dele e as placas de carro que ele colecionava. Tudo lá, no exato mesmo lugar que ele deixou.
O velho barbeador, ainda com a lâmina já meio enferrujada, a cadeira dele, o lugar dele na mesa.
Tudo porque não se tem como esquecer (e nem se quer) a pessoa mais especial que a gente teve a honra de conhecer e conviver.
O meu avô era especial porque ele sorria, esfregava a barba mal feita na gente pra fazer coceguinha. Porque ele desde que eu era pequena me sentava nos enorme joelhos e fazia de conta que rosquinhas de glacê eram anéis presentes que ele tinha trazido da "Docelândia"... ele levou os 13 netos no circo e nos ensinou como pescar, como montar uma barraca no vento e na chuva, ensinou que da madeira pode sair coisas tão leves quanto do papel. Ele me ensinou a não ter medo de sapo, me contou mil histórias, e no mento mais difícil da minha vida ele estava lá, do meu lado, sempre com aquele sorriso, aquele olhar que eu não tiro da minha cabeça. É dilacerante pensar que ele não vai mais voltar, sentar e tomar o café quieto, sentar na sala ou jogar canastra brigando com a gente porque não jogávamos direito... ou perdíamos uma jogada ou outra. Eu posso dizer que vou sempre sentir falta dele... e sempre lembrar de quando ele pegou o Igor no colo, olhou bem pra ele e disse "Tu tens os olhos da tua mãe... vai crescer também um guerreiro. Seja bem vindo..."
Ah, velho Bruzza... se tu soubesse a falta que faz...
Pronto, me desmanchei chorando aqui...
Ok, calma, respira... passou, passou.
Vou fotografar cada detalhe que contei aqui pra postar quando chegar, ou de lá mesmo, pra eu não esquecer mais. Espero que esse blog exista, ou ao menos um backup dele... tive umas idéias meio "síndrome do pânico da perda de posts" (SPPP) e queria saber uma maneira de "backupar" tudo isso. São detalhes que moram em mim, mas eu não sei até quando.
No mais, vou pra lá morrer de saudades do que não está mais lá, e do que fica por aqui.
Vamos então à sessão "fotos da semana".


Abraço Solidário no Instituto do Coração no sábado... abraçaram a quadra inteira :D

Traduzindo: "SI DEUS E POR MIN QUEM SERA CONTRA?" ... ó, é um aviso!

Alex, Skol e meus dedos com a câmera :)

Lightzíssima, e mais pra lá o prato caprichado do Mô... :D

Eu e Alex na livraria, rindo, reclamando e discutindo os recordes de 2007! \o/

Foto by Igor (sim! com dois anos!) purple \o/

xD

Vitrine do Iguatemi, sei lá que loja era, mas eu achei tão bonito o contraste do branco com o... ahm... branco :S

2 Thoughts:

Blogger Alex R. declare...

Bah! Texto emotivo = poucas palavras... É engraçado isso, eu sempre fico meio "sem ação, sem ter o que dizer". Acho que é porque eu fico selecionando demais, querendo escolher as melhores palavras, as que vão ter mais efeito e tal. Mas acho que no fim das contas não é isso que as pessoas procuram. Acho que elas querem apenas dizer algo, apenas desabafar, compartilhar, sem esperar receber um "super conselho", ou a "melhor palavra de conforto que existe".
Como comentei contigo hoje, com o passar do tempo, eu tenho ficado mais emotivo. Não que antes eu não fosse, mas agora eu tenho guardado menos e exposto mais. Sei lá, alguma coisa mudou (a “teoria dos mecanismos”, hehehehe) e de repente, parando pra analisar, acho que você tá no caminho certo, acho que devemos comentar sim, falar, enfim, dizermos como a gente se sente... nos comunicar mais. Acho que é isso que falta pra todo mundo... Tipo, tá com saudades, então diz! Acha que errou, admite! Acha que alguma coisa foi boa, então reconhece! Sabe? Acho que é isso que falta pra todos nós. E nesse aspecto, você parece já estar bem à frente de nós todos... pois você está sendo assim, ao escrever corajosamente (no sentido de se expor), sobre as coisas que você sente falta, as tuas percepções e etc, todas no teu blog.
Tá, chega! Já tow ficando emocionado de ficar relendo o que tu escreveu pra poder comentar aqui... X)
Beijos,

Alex R.

P.S.1: Ah! Quase ia me esquecendo. 2 additional comments: A) Esse lance de que tu não mordeu ninguém é meio mentira, ok? Mas deixa quieto! B) Adorei as fotos!!!

P.S.2: Bah! Eu tava até indo bem... me controlando e tal, mas resolvi reler mais uma vez da metade para o fim do post e pronto: fiquei com lágrimas nos olhos. Ok, pelo menos lubrificou minha lente de contato né?

12:18 PM  
Blogger Alex R. declare...

Sabia que eu tava esquecendo de alguma coisa... comentário sobre a sua playlist pra viagem: Era um pouco de Lagwagon antes da minha "turbinada" na playlist né? :)
Adicionei bastante Lagwagon, Millencolin, Papa Roach e mais uma "pá" de Guitar Bands!!! Hehehehe... Beijos e Boa Viagem Mozinho.

Alex R. (again... :S)

12:37 PM  

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