fevereiro 21, 2007

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The best "casino" isn't in Las Vegas

O Carnaval da minha vida.
Eu tinha um bloqueio com isso, por causa dos "ziriguiduns" e "tun, tun, tun tun tun", axés e porcarias que se misturavam à programação coloridérrima e penosa da TV. Troca de canal, tá lá... "E as caravelas... vieram e encontraram a natureza mais bela... ô, ô ô...", ou qualquer composição que leve as palavras "criação", "vieram de longe", "maravilhas naturais"...
Isso me enjoava ao extremo. E aí saía de casa, em qualquer lugar que vai, está sujeito a tomar um punhado bem servido de confete dentro da boca, afogar e ficar se cuspindo, se perguntando que merda se está fazendo ali, com gente fedorenta, espuma asquerosa que pega fogo, serpentina se enrolando no sapato e cerveja quente.
Foi isso que me afastou desta data, que sabe-se lá porque, brasileiro adora. Boca escancarada, bunda de fora, gasolina com preço absurdo, mas não dá nada! Bota a sandália de prata!
Tenho mil motivos pra detestar o Carnaval. Acho que um milhão. Mas esse... ESSE Carnaval se redimiu.
Alguns motivos, infelizmente, não vou poder colocar aqui... público demais, mas quem tem que saber vai acabar sabendo.
Juntamos 25 Bruzzas dentro de uma só casa. A matriarca, os 7 filhos, ou seja, todos, mais 7 netos, os maridos, namorados, bisnetos e mais gente que eu até agora não sei quem são, muito menos os nomes, que entravam e saíam e voltavam tornando a coisa mais caótica. E que somavam 25. Na verdade 26, já que apareceu por lá uma outra pessoa de última hora.
Não havia dentro da casa uma peça que não tivesse alguém atirado dormindo, conversando, fazendo tricô. O banheiro, sempre ocupado, 100% do tempo, era impossível que se usasse sem que ao menos 2 pessoas batessem na porta (os mais afobados) ou tentassem abrir o trinque. Pro banho era usada uma planilha de tempo e organizacional. Deixa a vó primeiro, depois cada um por si. E falta a luz porque cai a chave, com um pobre ser dentro do banheiro, que acabou tomando banho frio, pois ainda não estava entrosado o suficiente pra pedir pra alguém ligar a chave geral.
A hora do almoço e janta era muito divertida. Os tios tomaram a frente da cozinha industrial, paneladas e mais paneladas, muitos espetos e um peixe mega-gigante pra dar pra todos.
Tinha criança que não acabava mais, por cima de tudo, trazendo porcaria e espalhando na casa, brincando na água, na areia, comendo coisa com areia e pedra, uma doideira. Crianças elétricas e sem paradeiro. Crianças gritentas. Teimosas. Coisa mais fofa.
No alojamento (que já não dava mais pra chamar de quarto) era coisa espalhada por tudo. Meia de um na mala do outro, pessoas que perdiam a vaga na cama pra outros, coberta e lençol pra todo mundo, nem pensar. Travesseiro era luxo. Privacidade era impossível.
Dormir no meio de um monte de gente que vai, volta, passa, chama um, discute com outro, fala sozinho, é uma ação dificílima. Mas no entanto, necessária, já que bebemos as 3 noites que passamos no Cassino. Fardos e mais fardos, latas e mais latas, Skol que não acabava mais. A "pessoa" que tava lá, sei que prefere Polar, mas àquela altura, já sem nem onde dormir, isso nem importava tanto.
E olha... bebemos. Bebemos na primeira noite a ponto de ver o sol nascer enrolado num lençol rosa que raptamos de alguém desavisado, na frente da casa, morrendo de frio, mas feliz. Feliz e meio bêbado.
Naquele dia, não dormimos. Passamos o outro dia todo com cara de sono, numa leseira bárbara, da cadeira pra rede, da rede pra cadeira... E assim por diante. Os dias que se seguiram foram assim. Ainda pegamos o táxi com um velho e sábio eremita que nos contou que não tinha esposa. "Eu tou velho, minha filha. Se arrumo uma mulher véia, é pra eu cuidar de dois. Eu e ela. E se arrumo mulher nova, é pra levar chifre... então vivo eu e meu táxi!". Sapiência é tudo.
E a cervejada começando cedo, admiro meu fígado cada dia mais. Adoro meu fígado, meus rins e minha cabeça que não teve enxaqueca, adoro minhas dificuldades que me trazem benefícios (tipo ir ao banheiro da Panvel enquanto um banheiro público lá do outro lado da rua bombaaaaaaava). Gosto de mim porque tenho minhas faculdades mentais quase que em condições ideais e costumo deixar tudo sempre muito claro e real pra mim mesma. Gosto também porque consigo ser meio boba as vezes e sair fora da casinha, me divertir comigo mesma e com coisas bem bobas, que geralmente passa despercebido aos olhos dos ditos "normais".
Mudando de saco pra sacola, mas e o MEU TIME, hein!?!?!?!??! Mazáááááá, meu greminho, meu greminho querido!!!
Amanhã tem jogo de novo, mais um pela copa Libertadores, aquela, que tenho esperança de levar mais uma vez e tal. E eu vou! Vou SEMPRE! Com o Grêmio, onde o Grêmio estiver. Em Cidreira, num frio doido, no Olímpico, na arquibancada e sol na cara, ou empuleirada na social, tanto faz, tô lá, como sempre estive.

E vou estar.

Chega.

Eu, TRI feliz.
Não lembro o nome dela... Alguém aí sabe?


Eu, Isabelle e a Skol.


Idem.


Em pé: A Skol, A menina inominada, a Isa, o Rafa e eu.
Embaixo: A Skol. Outra.

post script da pessoa: "O melhor cassino não fica em Las Vegas."