junho 30, 2006

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becoming




Quantas coisas que eu já fiz nesses últimos tempos e que ando desconhecendo...
Atitudes que não são minhas, sentimentos que não são meus... Embora tudo isso seja tão autêntico quanto meus pensamentos diários de "escovar o dente", "pegar meu crachá", "trocar a fralda do Igor", me parece que tem outra pessoa, talvez um outro HD que eu ainda desconhecia, que anda me deixando mais confusa do que eu já sou normalmente.
Eu penso uma coisa, mas minha ação não condiz com a relação mental que estava estabelecida... e sabe-se lá o porquê, isso acaba fazendo uma diferença enorme nas minhas sensações de "bom", "ruim", certo e errado, esses antônimos meio malucos que a humanidade carrega como lei pré-estabelecida. E aí eu entro num túnel vácuo e fico olhando pro nada, tentando reconectar meus sentidos pra me reconhecer.
Coisa de gente doida, eu sei, mas já não tenho mais nenhuma pretensão de ser ou parecer normal. Alguém vai pensar "ninguém é normal", mas não adianta. Todo mundo tenta agir como uma pessoa normal. Tenta ser uma pessoa normal, com padrões normais. Cabelo normal. Roupa normal. Ver filmes normais e tornar as coisas o mais normal possível, pra evitar a readaptação (Evitar a fadiga, como diria o carteiro do Chaves, que agora me foge o nome).
Acho fantástico esse esquema de adaptação, readaptação, descontrução de métodos.
Não tem graça construir um castelo de areia se não se deixa fica olhando o mar levar, ou, no mínimo, dar uma "voadêra" nele antes de ir embora. Sim, ás vezes se morre de pena e deixa ele ali... mas tenha certeza de que algum mau-caráter, sem vergonha e sem escrúpulo nenhum vai vir e cravar os dois pés sujos no teu castelinho, sem nem se importar pelo fato de você ter virado um camarão-de-barriga-branca, ter levado uma pá de obra pra praia, ter ficado a manhã toda lá, o que vai te dar uma dor de cabeça do cão mais tarde.
Mas é pelo prazer de destruir. Sim, se não foi ele que fez, fica bem mais fácil. Mas e quando o que se desconstrói é uma personalidade, um evento mental, uma lei da física ou da matemática, ou uma fórmula de química, ou a da Coca-Cola?
Se é pra reconstruir, que se derrube. Se é pra fazer um alicerce mais sólido, seja com cimento, madeira, pedrinhas preciosas, amor, ódio, com grades mais altas, mais seguro, que se enfie os dois pés (pra quem tem a sorte de ter) e se derrube sem pudor o que precisa ser refeito.
Muito tempo sem postar = idéias engolidas, mastigadas, esquecidas, mofadas...
Vou tentar postar mais frequentemente...
Mas não, isso não significa que eu vá postar mais frequentemente. Significa que eu vou tentar.
[na foto, metade de mim ;) ]

junho 24, 2006

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a beautiful day




Falando em enfarte (sim eu sei que ninguém falou nisso, mas eu tinha que começar de alguma maneira, ok!?), ante+anteontem minha vovó partiu dessa pra Premium, rápido, simples, sem problemas, dores, etc. Tonteou, pimba. 86 anos, data de validade vencida, nem tava mais afim de viver faz um bom tempo. Dizia que tava doida pra morrer, já tinha perdido dois filhos e tava com saudade deles. Pimba. Só foi.
Ok, e o curioso foi o fato de eu estar me escabelando no velório pra não tirar uma foto, respeitosamente preservando o pesar mórbido da minha própria família, que eu adoro. Curioso é que só nos encontramos nessas ocasiões e em casamentos. Como ninguém mais anda a fim de casar, só enterro mesmo pra reunir. Foi a mãe do meu pai, e agora resta a vovó Zilda Bruzza, matriarca da família mais maluca que eu já vi, e que eu sustento o sobrenome, levanto a bandeira e assumo que esse nome veio de um tipo de queijo ricota (viu, até nisso sou light!) segundo Sr. Kugland, que já faz um tempo que não converso.

Aliás, não ando tendo tempo nem pra postar, conversar, falar besteira. Estou gastando quase todo o tempo livre que tenho pra tentar esboçar alguma felicidade idônea, baseada em fatos ilógicos sem sentido real mas bem emocionada com o fato de poder andar embasbacada com coisas imbecis como há muito tempo (creio que devo ter alimentado sentimentos assim algum dia pela minha mãe ou meu anjo da guarda) eu não sentia. Mais especificamente, diz minha mente, coitada, afetada, uns 15 anos, no mínimo. E eu digo isso baseada em nada. Afinal, não tenho nenhuma lembrança real de amor ou essas asneiras.
Ando querendo me chicotear pra acordar e voltar pro mundo. Mas é impossível... minha mente está mais longe do que poderia alcançar, e isso me faz sentir bem... muito bem =o)

Estava com saudade do centro da cidade... Porto Alegre é mesmo uma cidade linda, e ninguém sai de casa pra VER e SENTIR Porto Alegre. As pessoas sempre têm um destino. E na real, isso que é idiota nas pessoas. Ninguém vai por ir, só pra curtir. Stupids.
Então, eu e meu amigo imaginário fomos passear hoje no centro. Fomos ao Mercado Público, rimos na rua das músicas megaLegais nos camelôs, olhamos as carnes, cabeças de porco nas vitrines, enjoamos com o cheiro dos peixes, andamos de elevador estragado, e pela primeira vez depois do acidente tive coragem de andar de escadas rolantes.
Tudo isso numa outra dimensão. Claro. Minha dimensão. E, queridos, acreditem... existe vida após a física.
Existem ruas, árvores, flores vivas ou mortas, sorvete de chocolate, picanha mal-passada com farofa, cadeiras que voam, cerveja gelada, purpurina, anos 80, e nessa mesma dimensão já fui cantora, guitarrista, já atravessei avenida no colo, mordi manteiga (afff), me senti bem, me senti realmente e impossivelmente FELIZ.

"Drika, come back"...







... "No, thanks. I don't wanna come back right now"... =o)


[*Shinny Happy Drika*]

junho 14, 2006

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status: telescope




Não, eu sinto muito, mas não vou comentar sobre o jogo do Brasil. Afinal, ganhamos, ok, ok... mas e daí? E o show? Pelo salário deles eu esperava uns 4x0, no bolão joguei 2x1, como eu ia imaginar que eles iriam jogar por jogar?!? "Brasileiro é um povo exigente, meu caro" já dizia o velho Ene. Tá, nem tão velho assim. Mas tem tanta razão nessa frase que eu chamaria ele de "vô", se pudesse. Acabei comentando do jogo... =oT
Meu vô falava cada coisa, que eu ficava um tempão pensando "é mesmo..." e as vezes rolava uma discussão mais filosófica, cheia de dialéticas cretinas e impensadas, só pra contrariar mesmo. Sempre acabava em risada e ele me "passava a barba", mal feita espinhosa, nas bochechas, porque ele sabia que eu ia ficar toda vermelha. Ele foi uma das pessoas mais divertidas que cruzou meu caminho... eu sempre disse que amava ele, mas não acho que tenha sido o suficiente. Acho que nunca é suficiente. Tipo avisar que tu é doador... se tu não tatuar isso na testa, ninguém vai lembrar, e vai te enterrar com tudo dentro, que nem miúdos do Peru de Natal, que ninguém olha dentro e cozinha tudo no saco. Aliás, as empresas Peru-Natalinenses agora implementaram um saco que não derrete, justamente pela Juquice característica do povão, que provavelmente estará dentro duma garrafa de Cidra na hora de colocar o Peru no forno.
Anyway, como eu ia dizendo, creio que não tenha sido o suficiente dizer pra ele umas duas mil vezes que o amava. Será que ele lembrou disso? O fato é que eu moro tão longe, mas no dia em que ele morreu eu tava lá, coincidentemente. E um dia antes eu falei pra ele que o amava, se não me engano. Vai confiar na minha memória né ;o/
Falando em anciedades (NOTA: não foi um erro de português: vem da palavra ANCIÃO meu último comentário) que ando me sentindo velha... cansada, dor aqui, dor ali, enxaquecas, já não carrego mais minha mochila cheia de sonhos nas costas. Decidi colocar a mochila no armário e carregar nos bolsos umas esperancinhas, outras felicidades, um sonho ou outro que caiba num pequeno espaço, e mesmo assim, continuo a mesma bobalhona de sempre. Tá na pele, eu acho, na vontade de caminhar na chuva (mesmo correndo sérios riscos de enferrujamento das juntas mecânicas do meu joelho...) e de gritar no meio das pessoas quando tudo tá silencioso. Coisas inesperadas costumam chocar, como por exemplo, quando de dentro de um carro na avenida Ipiranga tu toma uma cornetada na orelha, e dois babacas dentro do carro saem dando muita risada da tua cara... tipo, o susto é tão grande que o cara petrifica, engole o chiclé, se tá com vontade de ir no banheiro, vix... Já era! Leia-se nessa história eu e o infantilíssimo Ene.
ps: Dentro do carro, com a corneta =oP
Mudando de saco pra sacola, eu tive aqui na Dell essa semana o maior reconhecimento que uma pessoa poderia ter. Eu tenho AMIGOS aqui. E isso me deixa feliz pra caralho, mesmo que meio envergonhada. É um misto estranho de sentimentos variados, uma salada de riso misturado com choro, nó na garganta. Não, não vou citar aqui o que me aconteceu, porque corro sério risco de seqüestro ¬¬
Ok, sem frescuras, mais um feriado, outro daqueles, que provavelmente não vai agregar nada na minha existência, além de diminuir consideravelmente minhas olheiras e minha vontade de cometer suicídio por ter sono o tempo todo. Isso se o senhor IggyMasterMegaUltraPimppy deixar... o que eu duvido.

Chega.

[Na foto, adivinha?!? Sim! Eu mesma!!! Mais que isso, minha boca! That's not incredible?!? ¬¬ No. It's not.]

junho 02, 2006

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live and let die



Considerar um ou mais lados da questão ajuda a aumentar a visão do todo... como se conseguíssemos enxergar não somente o real, mas misturá-lo com o imaginário e fazer suposições (igualmente fantasiosas), abre-se um pedaço da mente que não tem como voltar a se fechar. Conhecimento é base de teoria e poesia, sentimento também, pois quando podemos sentir fisicamente o amor, ele se torna tão palpável quanto o ar, se misturando no cheiro e na temperatura. Uma vez aberto o caminho da mente, nunca mais se volta atrás, ou se avança ou estagna, pero sin perder la visión jamás. Assim é o amor. Uma vez sentido, sempre sentido pra mais, de formas diferentes. Ou ele pára ali mesmo.

Um pouco de filosofia barata em homenagem à mim mesma, que andei pensando por aí.

Eu tava conversando com o Fábio e como ele sempre me acompanha nas mais viajantes viagens, por mais longas, chatas e distantes que sejam, e divaguei que a gente vive num mundo cheio de gente, mas ninguém participa da vida do outro se não há um interesse comum. Por exemplo, quando se está na rua, no carro, no ônibus, e se "percebe" simplesmente o passante, não se constrói o elo invisível de cumplicidade nem se busca o interesse. Quando se acompanha ao menos uns 3, 4 passos da pessoa, já se fazem mil conclusões, constatações e comparações, que transformam aquela pessoa numa das que faz parte do ciclo de observações e exercício da socialidade. Importante, básico e tão recorrente que nem se percebe.

Geralmente as coisas da mente são imperceptíveis por terem a convivência contínua e por acontecerem sem fator causador. E ninguém, ou quase ninguém, tenta buscar os porquês, pois acham que isso não faria a menor diferença. Como um livro que capitule seus argumentos em 1, 1.1, 1.1.1, 1.1.2 e assim por diante, que te diz o que pensar, como pensar e não te dá o porquê.
Leia, decore e não precisa entender. Livro de gente burra.


Anyway, fim de semana aí, que sigam meus neurônios ardendo em curiosidade e imaginação.


;)


I'm happy! \o/


[na foto, eu e pronto]