outubro 25, 2006

receive a [warning] when I post! 

numb...



"Look into my eyes
You will see, what you mean to me
Search your heart , search your soul
And when you find me there, you'll search no more

Don't tell me it's not worth trying for
You can't tell me it's not worth dying for
You know it's true, everything I do, I do it for you

Look into your heart , you will find
There's nothing there to hide
Take me as I am, take my life
I would give it all, I would sacrifice

Don't tell me it's not worth fighting for
I can't help it, there's nothing I want more
You know it's true, everything I do, I do it for you

There's no love, like your love
And no other, could give more love
There's nowhere, unless you're there
All the time, all the way

Look into your heart

You can't tell me it's not worth trying for
I can't help it, there's nothing I want more
Yea, I'd fight for you, I'd lie for you
Walk the wild for you, yeah I'd die for you

You know it's true
Everything I do
I do it for you."

[all.i.do.i.do.for.you.bryan.adams]

Tá, podem me chamar de brega. Tô nem aí mesmo. procurei essa música porque eu ouvi num filme do Robin Hood, com o cara que esqueci o nome... erm... o cara que fez aquele filme da mulher que cantava, e ele era segurança dela, no fim acabou papando a tiazinha. eu procurava essa música há anos, e um colega tinha ela =o) (thanks, Pablo!)
Aliás, tô nem aí mesmo pra várias outras coisas... e não tou afim de escrever o que é.
Parei de postar por vários motivos, juro que não é porque não gosto de vocês, raros leitores... é porque ou não tenho tempo, ou tenho preguiça, ou não tenho o que dizer.
Hoje, acreditem, eu tenho.

Ontem foi o dia da minha apresentação do Coral Ludus Vocalis no Salão de Atos da UFRGS... eu tava tão, mas tão nervosa, que nem consegui ter vergonha, nem errar uma nota, nem me prestei a atrapalhar os outros. Acho que isso funcionou muito bem. Foi muito lindo, ver toda aquela gente cantando, gente que eu conheço há pouco tempo mas que já fazem parte da minha vida, velhos novos amigos, pessoas que tiveram coragem de acreditar no gogó do vizinho, e no seu próprio gogó. E olha, que acreditar no do vizinho é mais difícil. acho que sob pressão fica mais fácil e isso não faz nenhum sentido... e eu acho isso ainda assim.
Até mesmo porque ultimamente coisas não têm feito muito sentido na minha vida.
Coisas que eu ouvi, senti, mas não fazem sentido. Coisas que eu adorei ouvir, numa situação meio estranha, de separação, e que me deixam pensando e pensando, o que acaba me deixando toda errada.
Enfim, tou me achando. Sábado, as 19h vou cantar na Feira do Livro. =o)

Uma parte do Ludus: Alguns Diegos, as gurias, a Dani no meio (Master of Yoda... não sei como ela conseguiu me afinar!), e por aí vai. Até o final do ano eu decoro mais uns nomes.



Im not happy, Im not sorry... Im just on 'away' mode... 'awaiting user'.

outubro 11, 2006

receive a [warning] when I post! 

another happy child day on me


"why does he have a hot water bottle on his head?"
"he's commiting suicide"


xD

outubro 05, 2006

receive a [warning] when I post! 

1944


"Não havia ninguém na sala, parecia que nunca houvera alguém em lugar algum. Ela parecia a única pessoa que já pisara na face da terra. Em seu apartamento nem o sol entrava pela janela, somente pelas frestas que a madeira velha deixava escapar. Faziam exatamente quatro anos que ela estava sentada ali, na mesma poltrona, com aqueles mesmos olhos, olhos de saudade e o sentimento de tortura a que submetia-se ao longo destes anos. "Como pude não morrer???" ela se perguntava, pois nem fome, nem sede, nem sono ela havia sentido em todos os anos em que passara sozinha naquela sala. Lembrava-se exatamente de como era o mundo lá fora, os detalhes dos anos 30, a luminária à sua esquerda. Ela sabia que ainda funcionava, sabia que qualquer coisa ao seu redor poderia funcionar. Tudo estava coberto pelo pó, pois há anos não se importava com isso, os ratos eram seus amigos, faziam silêncio ao seu luto, davam vida ao seu túmulo. Queria morrer, poder descansar e acabar com o sofrimento em que mergulhara desde que seu marido fora embora, deixou-a com um beijo sincero e disse que voltaria à Alemanha quando tivesse condições. E lá estava ela, sentada da mesma maneira em que estava quando ele saíra por aquela porta, a mesma que ela olhava há quatro longos anos... Pensava que dia deveria ser, que horas eram, em que mês estavam, pelas suas contas deveria ser o ano de 1944, talvez mais, não saberia responder se lhe perguntassem. Onde estaria seu marido? A carta de despedida, cheia de amor que lhe deixara ainda estava em seu colo, amarelada pelas lágrimas, ela ainda lembrava o que estava escrito nela. "Fui convocado para a Guerra, meu amor. Volto logo, pois te amo. Estarei com o pensamento em ti, esteja me esperando. Beijos." E há quatro anos ela espera, sem fome, sem sede, sem sono. Seu amor voltaria, sabia disso. Esperava a cada segundo que ele entrasse por aquela porta. Esperava a cada momento escutar novamente a voz dele chegando em casa e cantarolando uma música qualquer. Há dois anos um entregador de cartas deixou um comunicado à beira de sua porta. Ela não leu. Não se levantou, pois sabia que deveria esperá-lo ali. Seu último pensamento foi se a Guerra havia terminado. Sua resposta era não. Quando sentiu que seu prédio tremia e desabava, prendeu a respiração e fechou os olhos. A Guerra o levou e agora me leva à ele. E em seus lábios um sorriso abriu-se, como um agradecimento à morte e ali a mulher se foi, sem que ninguém percebesse, sem que ninguém se importasse. Iria encontrar quem realmente importava. Era justo. E nem dor ela sentiu, nem um som ela fez, nem pensou em se salvar. Ela amava e era tudo. Segurou a carta com força, e acompanhou alheia ao desespero à sua volta. Sorria, pois a angústia não mata a saudade... e agradeceu a ida ao encontro de seu marido, seu único amor, para sempre."
[Esse texto eu escrevi em 1993, tinha 13 anos, e decidi colocar aqui porque... porque sim, oras!]

outubro 03, 2006

receive a [warning] when I post! 

ignored




Hoje um amigo me questionou sobre a frequência de blogar... e eu não sei se isso é físico, ou se é mais espiritualizado, mas o fato é que antes eu blogava mais seguido e agora levo de uma semana pra fora pra dar meus pitacos. O fato que concluo disso é que cada vez temos menos tempo e cada vez mais coisas pra fazer. E tudo é tão imprescindível, que acabamos fazendo tudo ao mesmo tempo, sem priorizar, encaixando um assunto aqui e outra solução ali, entre uma pendência e outro compromisso. E o mais esquisito, é que o tempo sempre foi assim... amanhece, o dia passa, a noite chega, e tudo isso se refaz e se refaz, numa calma surpreendente, sem atrasos, sem reclamação da lua de que o sol demorou pra sair, e tudo concorda com esse ciclo. As flores, os animais, a água, a terra... todos satisfeitos por só precisarem daquilo pra viver e se desenvolver, e por não terem nenhuma pressa pra viver, sem medo da morte.
E nós?
Acabamos transformando tudo em uma bomba-relógio, o tempo todo fazendo coisas e mais coisas, frenéticamente reclamando, xingando um e outro, cada vez acumulando mais e mais coisas pra fazer... e ainda temos a displicência de blasfemar cada vez que o sol chega na janela, ou que ele vai embora, ou que ele esquenta demais, ou de menos...
A gente reclama de tudo, sempre.
E o pior, reclamamos daquilo que não adianta reclamar, porque é. Simplesmente é.
Será que a gente não perde um tempo precioso olhando pro relógio, ao invés de espiar a janela e aproveitar um pouco da perfeição e "timming" absoluto das coisas que não dependem de nós? Quem atrasa as nossas coisas somos nós mesmos e as idiotices que definimos como prioridade. O que definimos como importante e definitivo. É isso que acaba pirando a gente... Nós mesmos e a imbecilidade que nos é característica.
Não sei se eu conseguiria virar hippie e viver achando tudo lindo, nem sou adepta do "nadismo", nem acho que somos inúteis.
Só acho que somos apressados demais, preocupados demais, estressados demais, e somos tão pouco surpreeendentes, tão pouco íntimos do resto do mundo (que é o que nos domina e nos rege, com o sol, que vem, que vai...).
Não me proponho a ser a primeira a me desvencilhar do relógio, do celular... Mas eu sempre me propus a viver, e a olhar, e a admirar, e a aproveitar, e eu consigo ver coisas que os outros não vêem... e não porque sou mágica ou vidente... mas porque com os olhos fechados a gente pode perceber o que a forma não toma.
E nem sempre a forma é determinante.
Pra nossa sorte, que somos tão imperfeitamente convencidos de que a vida é pura física e temos a mania de ter manias, escutando a música sem ouvir o baixo por achar que é secundário.
Somos tão secundários quanto isso... porque, mesmo que nosso relógio estrague, o pneu fure, a gente perca um grande amigo, seja feriado, domingo, dia santo, o sol vem, passa o dia, a lua chega, a noite passa... sem nos dar a mínima importância, mas nos determinando os passos a dar.
Somos secundários, egoístas e imperfeitos, nos atos e nas formas, e mesmo assim nos apaixonamos uns pelos outros... e convenhamos... isso é ótimo!

[na foto, a minha metade, que na matemática correta, seria 1/2 de mim]